segunda-feira, 26 de maio de 2008


NOTAS SOBRE EDGAR ALLAN POE NO CINEMA I
Edgar Allan Põe, a Vida

Em Janeiro do próximo ano comemoram-se dois séculos sobre o nascimento de Edgar Allan Poe, certamente um dos vultos maiores da literatura norte americana e um dos homens que mais influência exerceu sobre o imaginário (não só a literatura, mas também o cinema, o teatro, a música, as artes plásticas…) dos séculos XIX e XX.
Nascido em Boston, nos Estados Unidos da América, a 19 de Janeiro de 1809 e falecido a 7 de Outubro de 1849, em Baltimore, foi escritor, poeta, romancista, crítico literário e editor, cultivando (ou mesmo inventando) géneros como o policial, a ficção científica, o terror, o horror, o fantástico… Na verdade, ao lado de Jules Verne, ele é um dos precursores da literatura de ficção científica e fantástica modernas. Algumas das suas novelas, e lembramos “The Murders in the Rue Morgue” (Os Crimes da Rua Morgue), “The Purloined Letter” (A Carta Roubada) ou “The Mystery of Marie Roget” (O Mistério de Maria Roget), figuram entre as primeiras obras reconhecidas como policiais. Foi ainda o autêntico iniciador de uma moderna literatura norte-americana. Todos lhe devem muito.
Os pais de Edgar Allan Poe provinham de famílias irlandesas e escocesas. Era filho de um actor, David Poe Jr., que abandonou a família em 1810, e de uma actriz, Elizabeth Arnold Hopkins Poe, que morreu de tuberculose em 1811. Órfão aos dois anos de idade, Poe saltou para o colo de Francis Allan, que ao que tudo indica o idolatrava, e do marido John Allan, mercador de tabaco de Richmond, comerciante bem sucedido na vida que, todavia, nunca mostrou particular afeição pelo jovem. Nunca o adoptou legalmente, apesar de Edgar usar o sobrenome Allan. Viajaram até Londres, onde frequentou a escola de Misses Duborg, e a Manor School, em Stoke Newington, tendo depois a família regressado a Richmond em 1820. Em 1826, cursou durante um ano a Universidade da Virgínia, sendo expulso mercê do seu estilo aventureiro e boémio. Noitadas, jogo, mulheres, e álcool, a que tudo indica ela ultra susceptível: o que seria uma dose inofensiva para a maioria, nele revelava-se de efeito fulminante. Por tudo isto, e muitas dívidas ao jogo, desentende-se com o padrasto, e alista-se nas forças armadas, sob o nome Edgar A. Perry, em 1827. Nesse ano, Poe publicou o seu primeiro livro, “Tamerlane and Other Poems”. Depois de dois anos de serviço militar, foi dispensado. Em 1829, a madrasta morre, ele publicou o seu segundo livro, “Al Aaraf”, e reconciliou-se com o seu padrasto, que o auxilia a entrar para a Academia Militar de West Point. Desobediente e rebelde, acaba de novo expulso, em 1831. Foi a gota que transbordou e o padrasto repudiou-o definitivamente. Morreria em 1834, sem o considerar no seu testamento.
Edgar Allan Poe mudou-se, para Baltimore, para casa de uma sua tia viúva, Maria Clemm, e da filha, Virgínia Clemm. Durante esta época, Poe escreveu muita ficção que o ajudou a sobreviver. Em finais de 1835, tornou-se editor do jornal “Sothern Literary Messenger”, em Richmond, lugar que ocupou até 1837. Entretanto, casa, em segredo, em 1836, com a sua prima Virgínia, que contava na altura apenas treze anos.
Em 1837, Poe vai para Nova Iorque, onde passaria quinze meses aparentemente improdutivos, antes de se mudar para Filadélfia, e pouco depois publicar “The Narrative of Arthur Gordon Pym”. No verão de 1839, é editor assistente da “Burton's Gentleman's Magazine”, onde publicou um grande número de artigos, histórias e críticas. Nesse mesmo ano, foi publicada, em dois volumes, a sua colecção “Tales of the Grotesque and Arabesque” (traduzida para francês por Baudelaire como "Histoires Extraordinaires" e para português como Histórias Extraodinárias), que, apesar do fracasso de vendas, se torna rapidamente uma referência literatura norte-americana.
Pouco depois, Virgínia Clemm descobre que sofre de tuberculose, e o desenlace é rápido. A doença e a morte da mulher levam Poe ao consumo excessivo de álcool e, algum tempo depois, este deixou a “Burton's Gentleman's Magazine” para procurar um novo emprego. Regressa a Nova Iorque, onde trabalhou brevemente no “Evening Mirror”, antes de se tornar editor do “Brodway Journal”. No início de 1845, foi publicado, no jornal “Evening Mirror”, o seu popular poema “The Raven” ("O Corvo"). Em 1846, o “Brodway Journal” faliu, e Poe mudou-se para uma casa no Bronx, hoje conhecida como “Poe Cottage”, casa museu aberta ao público, onde Virgínia viria a morrer no ano seguinte. Cada vez mais instável, Poe tenta seduzir a poeta Sarah Helen Whitman, noivado que acabaria por falhar, alegadamente em virtude do comportamento errático e alcoólico de Poe, mas provavelmente também devido à intromissão da mãe da noiva. Nesta época, segundo relatos próprios, Poe tenta o suicídio, encharcando-se em láudano. Acaba por regressar a Richmond, onde retoma a relação com uma paixão de infância, Sarah Elmira Royster, nessa altura viúva.
A 3 de Outubro de 1849, Poe foi encontrado nas ruas de Baltimore, com roupas que não eram as suas, em estado de “delirium tremens”. É levado para o Washington College Hospital, onde veio a morrer quatro dias depois. Nos derradeiros dias nunca conseguiu estabelecer um discurso coerente, de modo a explicar como tinha chegado à situação na qual foi encontrado. As suas últimas palavras teriam sido, de acordo com determinadas fontes, “It's all over now: write Eddy is no more” (“Está tudo acabado: escrevam Eddy já não existe”). De acordo com outras fontes, as últimas palavras teriam sido “Lord, help my poor soul" (Senhor, ajuda a minha pobre alma!”). Se a vida de Edgar Allan Põe nunca foi linear e clara, a sua morte transformá-lo-á num mito, tal a invulgar dificuldade em ser esclarecida. As causas nunca foram apuradas, sendo vulgar, atribui-la a embriaguez comatosa. Mas surgem outras explicações ao longo dos anos, como diabetes, sífilis, raiva, e doenças cerebrais não especificadas.
Todo este universo de extrema lucidez e/ou profunda loucura acaba por ser usado/aproveitado/ transfigurado de forma brilhante e genial pelo autor na escrita da sua obra literária, muito mais propensa a um terror psicológico, à criação de uma ambiência fantástica, do que comprazer-se na descrição de actos de terror gratuito. A loucura e a doença dos seus protagonistas (todas as suas obras se mostram, não diremos autobiográficas, mas assumidamente pessoais, porque escritas na primeira pessoa) leva-os a actos estranhos, delírios, pesadelos, odientos crimes.

NOTAS SOBRE EDGAR ALLAN POE NO CINEMA II
A vida de Edgar Allan Poe no cinema
Sylvester Stallone realiza, Viggo Mortensen interpreta

Para assinalar o duplo centenário do nascimento de Edgar Allan Poe vai ver a sua vida adaptada ao cinema. O filme anunciado será dirigido por Sylvester Stallone (“Rocky Balboa”) e os rumores apontavam Robert Downey Jr para o papel do escritor, mas de acordo com novas informações, Põe poderá vir a ser interpretado pelo actor nova-iorquino Viggo Mortensen (“O Senhor dos Anéis” e “Promessas Perigosas”).
Nada se sabe ainda oficialmente, mas a obra poderá intitular-se “Poe” e contará a vida do lendário escritor, poeta, romancista e crítico literário americano que é considerado um dos precursores da literatura de ficção científica e fantástica modernas. A história não deixará de por em relevo alguns dos seus mais famosos trabalhos e sua misteriosa morte em 1849. A má sina de Põe vai continuar, com Stallone a dirigir?

4 comentários:

Ana Paula Sena disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
José Miguel Oliveira disse...

Eu peço desculpa, mas houve um amigo meu que me disse que "Paradise Alley" era, para Lauro António, um dos seus filmes preferidos.
Como saberá, foi realizado por Stallone...
Será verdade ou apenas (da parte do meu amigo, óbvio) uma brincadeira que, como tal, ainda hoje não conseguiria arranjar uma explicação óbvia para ele ma ter contado?...
Se me esclarecesse, agradecia.
Obrigado.

Lauro António disse...

Meu caro José Miguel Oliveira,
Nem de perto ou de longe Stallone realizou um dos meus filmes preferidos, por alguma simpatia que eu tenha por esse actor. Fez um ou outro filme realmente simpaticos, e pouco mais do que isso. O seu amigo gozou consigo (e comigo!), o que não tem mal nenhum. Tanto mais que o filme preferido desse seu amigo é um de Chuck Norris, de que me passou o título.
Mas como este é um blogue sobre Fantástico, aqui ficam algumas máximas que se adaptam a esse actor (recolhidas da net, em brasileiro, obviamente):

1 - As lágrimas do Chuck Norris curam o câncer. O problema é que ele é tão macho que não chora nunca. Nunca!

2 - Chuck Norris não dorme. Ele espera.

3 - Chuck Norris está atualmente processando a NBC. Ele alega que "Lei e Ordem" são os nomes patenteados para suas pernas ("Lei" a esquerda, "Ordem" a direita).

4 - Se você pode ver Chuck Norris, ele pode ver você. Se não pode ver Chuck Norris, você pode estar perto da morte.

5 - Chuck Norris contou até o infinito. Duas vezes.

6 - A última página do Guiness (livro dos recordes) diz em letras miúdas: "Todos os recordes do mundo pertencem a Chuck Norris. Nós apenas nos damos o trabalho de listar os segundos colocados em cada categoria."

7 - A Grande Muralha da China foi originalmente construída pra impedir a entrada de Chuck Norris naquele país. Ela falhou miseravelmente.

8 - Se você perguntar ao Chuck Norris que horas são, ele sempre dirá, "Dois segundos até..." Depois de você perguntar "Dois segundos até o quê?" ele dará um roundhouse kick na sua cara.

9 - Chuck Norris vendeu sua alma ao diabo para ter seu visual bacana e suas habilidades incomparáveis de artes marciais. Pouco tempo depois da transação terminar, Chuck Norris deu um roundhouse kick na cara do diabo e pegou sua alma de volta. O diabo, que aprecia ironia, não conseguiu ficar bravo e admitiu que deveria ter previsto isso. Eles agora jogam poker todas as segundas quartas-feiras de cada mês.

10 - Chuck Norris uma vez comeu 72 Kg de carne em uma hora. Ele passou os primeiros 45 minutos fazendo sexo com a garçonete.

11 - Quando Chuck Norris recebe os impostos, ele manda de volta folhas brancas com uma foto dele agachado, pronto para atacar. Chuck Norris não teve que pagar impostos nunca. Nunca!

12 - Chuck Norris era um dos personagens originais do jogo "Street Fighter II". Ele só foi removido porque todos os botões faziam ele dar um roundhouse kick. Quando perguntaram sobre essa falha do jogo, Chuck Norris respondeu: "Que falha do jogo?"

13 - Chuck Norris tem duas velocidades: Andar e Matar.

14 - Uma vez Chuck Norris comeu um bolo inteiro antes que seus amigos pudessem lhe contar que havia uma stripper dentro.

15 - Wilt Chamberlein declarou já ter dormido com mais de 20.000 mulheres em toda sua vida. Chuck Norris chama isso de uma "terça-feira monótona".

16 - Quando Deus disse "Que se faça a luz!", Chuck Norris falou "Diga 'por favor'."

17 - Uma vez Chuck Norris desceu a rua com uma ereção massiva. Não houve sobreviventes.

18 - Chuck Norris não lê livros, ele os encara até conseguir toda a informação que precisa.

19 - Chuck Norris jogou roleta russa com um revólver totalmente carregado e ganhou.

20 - Chuck Norris não tem um forno ou microondas, pois, como todo mundo sabe, "a vingança é um prato que se come frio."

21 - Chuck Norris pediu um Big Mac no Bob's. Ele foi atendido.

22 - Algumas pessoas usam uniforme do Superman. Já o Superman usa uniforme de Chuck Norris.

23 - Não existe queixo por trás da barba de Chuck Norris, apenas outro punho.

24 - Chuck Norris só passa as noites com a luz acesa. Não, Chuck Norris não tem medo do escuro, mas a recíproca não é verdadeira.

25 - Certa vez Chuck Norris deu um roundhouse kick tão rápido que quebrou a velocidade da luz, voltou no tempo e atingiu um navio chamado Titanic.

26 - Uma vez Chuck Norris desafiou o ciclista Lance Armstrong para ver quem tinha mais testículos. Chuck Norris ganhou por 5.

27 - Armas não matam. O que mata é Chuck Norris.

José Miguel Oliveira disse...

:)
Obrigado, perfeitamente esclarecido.